Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),a dependência química é considerada uma doença e, como tal, deve ser diagnosticada e devidamente tratada. Isso porque, o uso indevido de substâncias psicoativas prejudica o organismo e, também, todas as áreas da vida (familiar, acadêmica, profissional, entre outras).
Aproveitando a proximidade do Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, comemorado em 20 de fevereiro, resolvemos abordar o assunto focando na saúde masculina. Continue a leitura e entenda como o vício em drogas (lícitas ou não) a afeta, bem como quando procurar ajuda especializada.
O que é considerado como dependência química?
A dependência química é uma doença crônica, com aspectos comportamentais, cognitivos, fisiológicos e socioeconômicos. Ela é definida pela 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um conjunto de fenômenos que se desenvolvem após o uso repetido de uma substância psicoativa.
As causas do problema variam de pessoa para pessoa. Entre os fatores mais comuns, destacam-se a predisposição genética associada a problemas psicológicos, como ansiedade, insegurança, entre outros, assim como à influência do meio externo.
Como o distúrbio impacta a saúde masculina?
O uso, ainda que eventual, de substâncias psicoativas pode implicar em consequências adversas em diferentes órgãos e sistemas. Isso ocorre devido ao risco de intoxicações, lesões por acidentes ou agressões e, até mesmo, consequências de comportamentos sexuais inseguros (como IST, Aids ou gravidezes indesejadas).
Já o uso repetido e prolongado — a dependência química, propriamente dita — favorece não apenas isso, mas também o desenvolvimento de uma série de doenças, físicas e mentais. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),estima-se que, pelo menos, 4,4 milhões de homens na América Latina e Caribe sofrem de transtornos relacionados ao problema.
Para elucidar, vamos a alguns exemplos. O alcoolismo, acredite, está ligado a mais de 200 lesões e doenças, incluindo acidentes de trânsito, cirrose hepática, problemas cardiovasculares e muito mais.
O tabagismo, além dos problemas respiratórios, é um fator de risco para doenças cardiovasculares, úlceras gastrointestinais, osteoporose e diversos tipos de cânceres. Aliás, tanto o cigarro quanto o uso nocivo do álcool aumentam o risco de disfunção erétil, assim como de infertilidade.
Além disso, alguns medicamentos usados indiscriminadamente, como calmantes e sedativos, também geram dependência. Nesses casos, além da intoxicação, os demais efeitos colaterais descritos nas bulas se tornam um risco iminente.
Já entre as drogas ilícitas, as complicações também variam conforme o tipo de substância. O uso regular de maconha, por exemplo, leva a problemas parecidos com os do cigarro. Além disso, acarreta em problemas cognitivos e, em pessoas com transtornos psicóticos pré-existentes, em agravamentos dos quadros.
A cocaína (droga mais utilizada por usuários no Brasil),por sua vez, implica no risco de convulsões, overdoses e, quando injetada, de hepatite e Aids. O crack (versão barateada da cocaína, misturada com bicarbonato de sódio ou amônia),além de convulsões, overdoses e outros danos, destrói o sistema nervoso central.
Como evitar problemas com drogas (lícitas ou não)?
Apesar de comum na nossa sociedade, muitas vezes, a dependência química não é percebida ou não tem sua gravidade considerada. É aí que o erro começa.
Nossa orientação é: não subestime o risco. Não experimentar é o melhor e mais seguro caminho para se manter longe das drogas (lícitas ou não) e de tudo o que seu consumo implica. Isso porque, é difícil cessar o uso de substâncias que oferecem prazer imediato e causam dependência (física e psicológica).
Quando a dependência química está instalada, o usuário e/ou pessoas próximas devem buscar ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou em outras instituições capacitadas, sejam do Sistema Único de Saúde (SUS),convênios ou particulares. Nesses locais, os atendimentos são feitos por equipes multiprofissionais (compostas por clínicos gerais, psicólogos, psiquiatras e outros especialistas),que avaliam o quadro e fazem os devidos encaminhamentos.
Outra possibilidade é ter uma conversa inicial com seu médico de confiança. No caso dos homens, esse profissional costuma ser o urologista que o acompanha nos check-ups de saúde periódicos. Cabe a ele orientá-lo e indicar os primeiros passos na superação da dependência química e problemas associados.
Esperamos que o assunto tenha sido esclarecido. Entretanto, caso ainda restem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. A equipe da Urologia Vida, localizada em Osasco e São Paulo está à disposição para ajudar no que for possível!